COISA DE LOUCO ...
Sem pai nem patrão,
acreditamos no auto-governo.
Fomos sendo lentamente calados,
pelo desprezo silencioso,
dos donos do mundo.
Dos que tem medo da diferença,
ao invés de reconhecer nela,
uma oportunidade de um outro olhar,
sobre os velhos problemas.
Não sabemos bem quem somos,
nem nosso potencial,
nem nossa força.
Mas não temos a inocência das crianças.
Temos sim, a graça de quem já perdeu tudo muitas vezes,
inclusive a identidade.
Por isso já não quebramos.
Nossos pesos e medidas são outros.
Nosso tempo corre fragmentado,
sem ontem ou amanhã distantes.
Nossa família está solta pelo mundo,
a gente se reconhece no olhar.
Alguns nos chamam loucos.
Entre nós, não temos nome.
Não acreditamos mais em palavras.
Nem nessas.
Gostaríamos que nos deixassem em paz. Gostaríamos que nos deixassem em paz. Gostaríamos que parassem de complicar o que é simples. Gostaríamos de mais cachoeira e menos estradas. Mais risada e menos antena. Mais banho de mar e menos imposto. Tecnologia para os homens e os animais, principalmente os colibris.
Se para sermos reconhecidos, tivermos que perder nossa liberdade, autenticidade, preferimos permanecer incompreendidos.
Muitos dos nossos nunca souberam seu valor. E se pudessem ter optado, decerto escolheriam um sorriso satisfeito a uma conta bancária.
Nilo (esse texto é de 2003 ou 2004)
domingo, dezembro 23, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Tem um pessoa linda: guerreira, mulher, como só uma negra, nordestina, sabe ser. Ela passou por experiências subjetivas radicais (Obrigado de novo Eduardo Vasconcellos) e não se entregou. Hoje é professora, assistente social e está levando a boa nova da reforma psiquiátricas para os quatro cantos do Piauí. Loas a essa grande força, símbolo de resistência e fé na vida. O nome da ONG que ela ajuda a tocar é NINHO. E o atalho tá aí do lado. O nome dela? Maria Edileuza da Conceição Lima.
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