quinta-feira, maio 27, 2004

quarta-feira, maio 05, 2004

Tem um jeito bem fácil de tirar a prova, se o cara é bipolar, canalha
ou os dois.
Basta fazer o tratamento direitinho, com: medicação, terapia, arte,
essas coisas multidisciplinares que vocês já me ouviram falar outras
vezes.
Pra convencer o figura, basta dizer que ele não tem nada a perder
mesmo. Que pior não fica, essas coisas. E também que essa proposta de
tratamento depende do desejo dele, que ele sempre terá sua liberdade
preservada.
Além disso, claro, tentar abandonar esta causa de tantas dores: a
culpa. Tanto do portador, quanto da família. Que tal uma anistia:
ampla, geral e irrestrita? Todo mundo pensando menos em culpa e mais
nas possibilidades dessa mudança, menos no passado, mais no presente
e no futuro (principalmente no presente). Tudo isso regado com muito
carinho e desejo de estar próximo do coração do outro, ouvi-lo sem
julgá-lo(por sinal, nosso desassossego está recheado disso tudo).
Finalmente, procurar um CAPS, que é público e gratuito.
Os endereços dos CAPS (Centro de Atenção Psicosocial) de todo Brasil,
estão neste site aqui:
www.inverso.org.br (procure em redes assistenciais)

Nilo Neto
Mensagem a uma familiar

Só pra tentar pensar nas palavras e significado delas.

Que tal recuperação, ao invés de cura?

Que tal vida equilibrada, ao invés de vida normal?

Que tal experiência subjetiva radical, ao invés de surto?

Que tal atenção psicosocial, ao invés de saúde mental?

Que tal portador de trasntorno mental, cliente, sobrevivente, usuário
de serviço de atenção psicosocial, ao invés de paciente ou doente
mental?

Que tal esperança ao invés de culpa?

Que tal informação ao invés de preconceito?

Que tal amor ao invés de medo?

Dizem que só se conhece duas maneiras de perder a identidade, o
chamado ego. Loucura e morte.
O medo de ambas é compreensível.
Mas ambas fazem parte da da vida.
É muito legal ter familiares aqui conosco.
Que tal nos contar alguma coisa sobre o teu irmão que te faça ter
orgulho dele?
A minha mãe adora assitir a Hebe e ler a revista Cláudia. Nem por
isso eu deixei de amá-la. Além disso, ela faz uma tainha recheada que
é de fechar o comércio.

Abraço

Nilo Neto