Salve povo que no deserto caminhava
E nestes poucos dias de convívio no grupo, aprende-se.
Temos nós todos a mesma limitação, que a meu ver, nasce na sensibilidade, que pode ser mantida anestesiada sob o efeito de algumas medicações e estão sempre estimuladas pelo chamado gatilho emocional. Até aí, todo mundo já conhece, certo? Mas estamos no mundo. E esta época de final de ano é quando os donos de hospícios mais lucram, visto que ficamos todos "agitados". Dizem também que a chegada do calor, do verão (no hemisfério sul, claro), pode contribuir com estas explosões chamadas episódio maníaco.
Então junte-se a todo este molho, um governo que não está conseguindo distribuir a renda e continua incompetente para criar empregos. Mas também, para mim, por exemplo, mesmo que vivesse na fartura de um rico país do primeiro mundo, com a capacidade que tenho de me sentir ofendido e reagir à altura, não estaria habilitado a ficar muito tempo em emprego nenhum. E que bom, somos diferentes também nos sintomas, já que alguns conseguem se adaptar e engolir sapos e lagartos de chefes e companheiros de trabalhos sacanas e que estão sempre dando um jeitinho de puxar o tapete dos outros (o que no meu caso é facílimo).
Então porque estaria eu fazendo todas estas malditas perorações?
Bom, dá-me a impressão de que apesar das rusgas eventuais, existe um desejo de tolerância mútua, esta que não encontramos a vida toda no trabalho, na família ou na escola. Deveremos manter este idílico espaço de convívio virtual? Ou tranquilamente explodi-lo, como de resto acabamos por fazer na gradissíssima maioria das relações (transtorno AFETIVO bipolar)que tentamos estabelecer até hoje?
Respostas fáceis, por favor. Vamos nos amar, vamos usar a distância para treinar engolir sapos e tentar uma vida menos sofrida.
Esse exercício, a que alguns chamam terapia, outros auto-ajuda, que aqui perpetramos, seja pela nossa inteligência racional (espécie de compensação natural por sermos retardados emocionais), seja pelo acúmulo de experiência através dos anos de convívio com o transtorno, seja pelo desejo de continuarmos vivos, deve continuar.
E se as regras não estão ainda claras e solidificadas (coisa que muito incomoda aos bipolares, sempre buscando regras do lado de fora, para compensar a confusão do lado de dentro), cabe-nos, mais uma vez, respirar fundo, olhar para o copo de cicuta e adiar mais uma vez o fim.
Pra quem teve paciência de ler até aqui, obrigado.
Fazia muito tempo que não escrevia tanto.
Sinto-me levemente mais tranquilo, também.
Abraço a todos
Nilo Neto
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